1 de outubro de 2023
Sensibilidade Dentária: 15 Causas e Soluções para um Sorriso Livre de Desconforto
O momento da gravidez e, posteriormente, da amamentação são momentos especiais para as mulheres.
E nesse período o corpo sofre muitas mudanças e os cuidados também ficam redobrados.
Mas ficam algumas dúvidas sobre o que pode e o que não pode fazer. Um desses questionamentos é relacionado à parte odontológica.
São diversas as perguntas sobre o assunto. “Posso fazer a limpeza?”, “É possível extrair um dente?”, “Grávida pode tomar anestesia?”, “Durante a amamentação, o clareamento é indicado?”.
Essas são só algumas das dúvidas que surgem a todo momento.
Pensando nos cuidados que as grávidas e lactantes devem ter com a saúde bucal e do bebê, preparamos esse post para responder a todas essas perguntas.
Então, se você tem questionamentos sobre a gravidez, é uma gestante ou está na fase de amamentação e quer saber dos cuidados na odontologia, esse post foi feito exatamente para você!
As grávidas precisam ter muito cuidado, principalmente no início da gravidez, para poder saber se está tudo realmente bem.
Mas, se um dente quebrar ou se estiver usando aparelho no início ou antes da gestação, não tem problema. Importante frisar aqui que, independentemente da causa, a dor de dente tem solução.
Porém, fazer um tratamento estético, como harmonização facial, com uso de botox, ou lentes de contato dentais, não é indicado.
Até mesmo o clareamento caseiro, aquele que é feito em casa sem precisar comparecer ao consultório, não pode.
Precisamos ter cuidado nessa fase. Muitos embasamentos científicos mostram que quanto mais você protege e menos expõe o bebê, melhor vai ser para ele e para a mãe.
Portanto, se tiver realmente um problema sério, com aquelas dores insuportáveis de dentes, é possível e indicado que se resolva.
Caso contrário, o melhor é deixar para depois da gestação e depois da amamentação.
Quando chega a gravidez, algumas coisas mudam no nosso corpo. Por isso, esse cuidado com a saúde bucal precisa ficar mais rigoroso.
Sobre a limpeza periódica, aquela feita normalmente a cada 6 meses, o procedimento pode ser feito sem problema algum.
Portanto, para quem já tem o hábito de frequentar o dentista, nada muda e esse check-up periódico é bem importante para prevenir problemas.
Às vezes, em casos específicos, pode ser feita apenas uma manutenção dos cuidados bucais em casa, com orientação do dentista. Porém, pode precisar de uma ida ao consultório.
Na clínica, um grande incômodo que as gestantes têm é em relação à cadeira.
A posição pode atrapalhar um pouco.
E nesse momento, nós, dentistas, não pensamos exatamente na ergonomia. O mais importante é o conforto da paciente.
Sabemos que, às vezes, os 30 minutos da consulta serão um sufoco.
A boa notícia é que não tem problema algum em parar um pouco para mudar a posição ou para respirar um pouco.
O mais importante aqui é fazer a limpeza e manter a saúde bucal em dia.
Antes de passarmos ao tópico do pré-natal odontológico, vale destacar uma situação muito comum no início da gravidez, que são os enjoos e que podem até chegar ao vômito.
Nesses casos, há uma diminuição muito grande do pH da saliva.
E por conta do enjoo, muitas mães não conseguem escovar os dentes por causa do gosto da pasta ou pelo movimento da escovação em si e acabam ficando com uma limpeza deficiente, podendo gerar problemas como mau hálito (halitose) e gengivite (inflamação da gengiva).
Então, esses cuidados básicos devem ser seguidos de forma mais rigorosa, pois os problemas podem ficar mais exacerbados na gravidez.
Bom, uma das partes mais importantes e que não deve ser negligenciada por grávidas é o pré-natal odontológico.
Na maioria das vezes, a gravidez segue um planejamento. Nisso, precisamos fazer alguns exames para saber se está tudo bem com a saúde em todos os aspectos.
E para a parte bucal não é diferente. É preciso saber se realmente está tudo certo para que corra tudo bem na gestação.
Como já disse, durante a gestação há uma certa dificuldade e até impedimento em poder fazer alguns procedimentos.
Por isso, é melhor prevenir, fazendo todo o pré-natal odontológico, do que precisar remediar durante a gravidez.
Quando se trata do corpo humano, a gente sabe que não é uma ciência exata. Cada grávida tem a sua individualidade.
Não podemos dizer que certamente todas vão passar pelas mesmas mudanças. Mas, via de regra, as maiores queixas são em relação a um aumento da sensibilidade.
Então, ao tomar um picolé ou um café mais quente, você pode sentir um pouco mais de sensibilidade.
Isso porque a vascularização do nosso corpo está mais efetiva. Tem mais sangue circulando por dentro dos dentes também. Isso os deixa um pouco mais sensíveis.
Além disso, entre outros sintomas, pode haver uma diminuição do fluxo salivar e a gengiva pode ficar um pouco mais inflamada (avermelhada, inchada).
Também pode haver mais sensibilidade ao passar o fio dental. Mas tudo isso é muito relativo. Tem paciente que vai sentir desde o início e outras poderão perceber depois do segundo trimestre.
Por isso, é importante ser acompanhado e relatar sempre ao profissional qualquer alteração em relação à sua saúde bucal.
O questionamento sobre a anestesia em grávidas ou lactantes é muito recorrente no consultório.
Se a paciente vai ao dentista e precisa de anestesia, quer dizer que há algum quadro de dor envolvido, certo?
Seja uma sensibilidade pelo dente quebrado, seja uma dor dente por uma cárie profunda ou uma gengiva muito inflamada na região do siso que precisa ser raspada.
Então, para cessar essa dor, precisamos de um anestésico, mas quando se trata de uma grávida a quantidade deve ser a menor possível.
Nesses casos, o anestésico com pouco vasoconstritor é o indicado. Ele serve justamente para contrair os vasos sanguíneos e não deixar o sal anestésico “fugir”.
Assim, ele fica concentrado naquela região e evita que vá para outra parte do corpo. Portanto, a escolha é usar um anestésico com o vaso constritor, mas em uma concentração bem pequena.
Com esse cuidado, é usado menos anestésico, o que é melhor para a grávida e para o bebê.
Sobre esse assunto, vai outro alerta. Se você, grávida ou lactante, tem algum problema cardíaco ou outra complicação, não deixe de avisar o dentista.
Isso é importante para o melhor prognóstico possível. Dessa maneira, mesmo nesses casos, é possível encontrar a melhor solução para acabar com a dor de dente.
No caso de radiografias, independente de ser grávida ou não, há sempre a proteção de chumbo. Da tireóide (garganta) até o final do abdome.
A exposição já é pequena e, com a proteção de chumbo, pode ficar despreocupada porque não vai ter nenhum problema com o bebê.
No nosso caso, o tratamento invasivo em uma gestante, como a extração de um dente, se dá por uma necessidade bem pontual.
Dificilmente são casos múltiplos, como fazer vários canais de uma vez só.
Quando precisamos mesmo de uma radiografia, geralmente é a que chamamos de periapical. Nesse caso, a exposição radiográfica é muito pequena.
Muito menor que uma radiografia da mão, por exemplo.
Portanto, o tratamento odontológico invasivo só acontecerá em casos muito específicos. E, se houver a necessidade de radiografia, será uma opção que não tem problema tanto para a mãe quanto para o bebê.
Chegamos agora aos tratamentos estéticos. Tão procurados e que as recém-mães também gostariam de fazer.
O indicado é que não se faça o tratamento e, se você estava no meio de um tratamento e descobriu que está grávida, o certo é suspender.
Mas se você não sabia que estava grávida e demorou um tempo para descobrir, não tem problema. O ideal é suspender assim que souber.
Não há estudos 100% conclusivos de que faça mal, mas também não há nenhum de que não tem problema. Por isso, na gravidez, por via das dúvidas, a orientação é suspender.
Tanto para o clareamento caseiro quanto o feito no consultório, inclusive na amamentação.
Isso porque tem absorção pelo corpo da mãe do material clareador e, como não temos estudos conclusivos sobre esse assunto, o melhor e mais seguro para mãe e bebê é suspender o tratamento e continuar depois da fase de amamentação.
Medicamentos são mais indicados quando passamos por algum procedimento cirúrgico. E você já sabe que enquanto grávida ou na amamentação, deve-se evitar ao máximo esses tratamentos.
Mas quando surge uma necessidade de passar por uma cirurgia pontual, o uso do antibiótico (por exemplo, a amoxicilina) e de um analgésico ou antiinflamatório pode ser indicado.
Para casos em que a gravidez não é de risco e está correndo tudo bem, o risco de infecção fica bastante reduzido. E a atenção deve ser redobrada porque as infecções são bem prejudiciais na gravidez.
Então, o que procuramos fazer é tentar te deixar o mais confortável possível com analgésicos e antiinflamatórios. E reduz a chance de infecção com o uso dos antibióticos.
Mas isso depende muito do quadro anterior ao da cirurgia, da real necessidade daquele procedimento.
Ainda assim, fazendo uso controlado dos medicamentos nos dias específicos, não tem problema algum.
A doença periodontal é aquela que envolve os tecidos adjacentes ao dente (osso, gengiva e o ligamento).
Tudo começa com má higienização. Com isso, há acúmulo da placa bacteriana.
Ao passar do tempo, sem essa placa ter sido removida, as bactérias podem colonizar não só a gengiva, indo até os tecidos que chamamos de inserção, entre o osso e a gengiva.
A consequência disso é que pode gerar mobilidade do dente, sensibilidade e até mesmo, em casos mais severos, pus e perda do dente.
Na grávida, esse processo inflamatório é mais exacerbado.
Então, uma gengivite que numa pessoa se comporta de um jeito, na grávida vai ser mais agravada.
Ela pode evoluir de uma gengivite para uma periodontite de forma mais rápida que o normal. E a gente sabe que essas bactérias são prejudiciais e podem, inclusive, acarretar em um parto prematuro.
Na verdade, qualquer infecção pode predispor a gestante a um parto prematuro. Principalmente infecções urinária e bucal.
Então, isso é muito sério. É preciso realmente de acompanhamento.
Se você estiver com a gengiva sangrando por mais de uma semana, por exemplo, não ache que isso vai passar naturalmente.
É preciso falar com a médica e a dentista, porque isso pode gerar um problema muito maior.
Levando em conta que a amamentação se estende bem mais que uma gestação, existe uma flexibilidade um pouco maior. Especialmente depois que já houve a introdução alimentar dos bebês, normalmente aos 6 meses de vida.
Dessa maneira, as mães conseguem fazer uma janela um pouco maior entre as mamadas.
Nesse período onde a amamentação já não é mais exclusiva é possível abrir um pouco o leque de opções de tratamento.
Podemos, por exemplo, fazer algum procedimento que necessite de anestesia com uma margem maior de anestésico. E também passar um outro tipo de antibiótico associado, se houver alguma necessidade de cirurgia.
Porém, o clareamento dental continua suspenso.
Entendo que, durante a lactação e a gestação, queremos fazer alguma coisa por nós. Para nos sentirmos mais bonitas, diferentes, não é?
Mas é preciso compreender que é um momento lindo, mágico e todo cuidado é necessário.
O momento do clareamento ou das lentes de contato vão chegar. Mas, por ora, é ter um pouco de paciência e cuidar da saúde.
As cirurgias de extração, principalmente do siso, também geram algumas dúvidas sobre a possibilidade durante a amamentação.
Nesses casos, é possível fazê-las se você estiver sentindo dor, por exemplo no caso de uma pericoronarite, que é quando a gengiva está por cima do dente e você não consegue fazer a limpeza da forma correta. Como na imagem abaixo.
Para esse tipo de cirurgia, você vai precisar tomar uma medicação pós-operatória.
Mas não tem problema para o bebê, a não ser que haja um histórico de você ter tomado uma medicação e o bebê tido alguma reação.
Tirando isso, não tem problema. O foco é que precisamos resolver a sua dor.
Para relembrar, o cuidado nesse caso de siso inflamado deve ser redobrado, pois as bactérias podem ser passadas para o bebê.
Bom, você viu que os cuidados com a saúde bucal devem ser redobrados no período da gravidez e da amamentação.
Não tem problema em continuar frequentando o dentista nesse momento tão especial para fazer um acompanhamento odontológico e a limpeza periódica.
Apenas são evitados os tratamentos estéticos, como o clareamento e as lentes de contato dentais.
E, no caso de surgir alguma dor na face ou nos dentes ou outra alteração na sua boca, não deixe de entrar em contato para um bom diagnóstico e solução.
Como expliquei, não cuidar da sua saúde bucal pode gerar uma infecção e ocasionar um parto prematuro.
Portanto, aproveite a gravidez e a fase de amamentação da melhor forma possível, não descuidando da sua saúde bucal, combinado?
Se pensou em fazer o acompanhamento odontológico para que não haja nenhum problema nesse período e proteja o seu bebê, agende uma avaliação ou, se ficou com alguma dúvida, entre em contato conosco! 😉